Um ministro do Comércio do Reino Unido chegou a Taiwan nesta segunda-feira para as primeiras conversas presenciais desde a pandemia de coronavírus, em uma tentativa de aumentar os laços com a ilha autogovernada, provocando uma repreensão de Pequim. O ministro da Política Comercial, Greg Hands, será co-anfitrião de conversas anuais a partir de terça-feira e se encontrará com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, durante sua visita de dois dias, informou o Departamento de Comércio Internacional. Hands observou que a Grã-Bretanha e Taiwan eram centros de tecnologia global e que a ilha "florescente" era um "parceiro vital", já que o Reino Unido busca um novo comércio no Pacífico após o Brexit. A visita ajudaria a "preparar para o futuro" a economia do Reino Unido, protegendo as cadeias de suprimentos taiwanesas em semicondutores e componentes eletrônicos, escreveu ele no jornal The Times. Mas a China, que reivindica Taiwan como parte de seu território, ficou ofendida com a viagem de Hands – a primeira de um ministro britânico à ilha desde 2018. Pequim pede ao Reino Unido que "pare qualquer forma de intercâmbio oficial com Taiwan e pare de enviar sinais errados às forças separatistas de Taiwan", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian. Em Londres, o porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak negou qualquer mudança em direção ao reconhecimento diplomático do Reino Unido da China. "Temos um relacionamento vibrante e de longa data (com Taiwan) em áreas como comércio e cultura e isso fará parte desse engajamento", disse ele a repórteres. Taiwan tem visto uma enxurrada de visitas de autoridades e legisladores estrangeiros nos últimos meses, a mais destacada das quais foi a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, cuja viagem enfureceu Pequim. A China realizou exercícios militares sem precedentes em retaliação à visita de Pelosi em agosto, enviando as tensões ao seu nível mais alto em décadas.