O regime do presidente Muhammadu Buhari ordenou que as forças de segurança não se movam contra os pastores Fulani assassinos, afirma o governador Samuel Ortom.
O governador de Benue alegou que recebeu informações confidenciais do alto pessoal de segurança de que o regime havia ordenado que eles não fossem atrás dos pastores assassinos.
A alegação de Ortom em uma entrevista ao ICIR publicada na segunda-feira não pôde ser verificada de forma independente.
"Falei com alguns homens de segurança que me disseram que o governo federal lhes deu a diretriz de que eles não precisam se mover contra esses homens Fulani", afirmou o governador de Benue.
Ele acrescentou: "É por isso que eu continuo dizendo que a ação e a inação do governo federal mostram claramente que eles são cúmplices da criminalidade que está acontecendo na Nigéria. Eles os chamam de bandidos porque não querem que as pessoas os chamem de pastores Fulani."
Ortom, um ex-aliado que se tornou crítico do regime de Buhari, afirmou ainda que teria pegado em armas para liderar a luta contra os pastores Fulani assassinos em Benue se não fosse um filho de Deus.
"Se eu não fosse um filho de Deus, se eu não acreditasse em ser legal, se eu não tivesse respeito pela Constituição da República Federal da Nigéria, eu mesmo teria pegado em armas para ir lá e lutar", afirmou Ortom. "Porque essa impunidade é demais. Eles (pastores Fulani) pensam que, como seu irmão está lá, nada vai acontecer com eles, e eles fazem de qualquer maneira e ficam livres de escoceses."
O porta-voz presidencial Garba Shehu acusou Ortom de instigar uma crise étnico-religiosa semelhante à que aconteceu em Ruanda.