As tropas russas estão usando o estupro como arma de guerra contra os ucranianos, de acordo com evidências condenatórias coletadas pela ONU. Pramila Patten, enviada especial da ONU para violência sexual, disse que verificou mais de 100 casos de estupro contra ucranianos durante a guerra de oito meses, mas o número real é quase certo de ser maior. As vítimas têm idades entre quatro anos e 82 anos e têm sido principalmente mulheres e meninas, mas incluem vários homens e meninos, acrescentou. Patten disse que os sobreviventes lhe falaram de mutilações genitais e de soldados "equipados com Viagra", no que parece ser uma "estratégia militar" para desumanizar as pessoas. "Quando as mulheres são detidas por dias e estupradas, quando você começa a estuprar meninos e homens, quando você vê uma série de mutilações genitais, quando você ouve mulheres testemunharem sobre soldados russos equipados com Viagra, é claramente uma estratégia militar", disse ela. "E quando as vítimas relatam o que foi dito durante os estupros, é claramente uma tática deliberada para desumanizar as vítimas." As Nações Unidas verificaram "mais de cem casos" de estupro ou agressões sexuais na Ucrânia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, disse Patten, referindo-se a um relatório da ONU divulgado no final de setembro. O relatório "confirmou crimes contra a humanidade cometidos pelas forças russas e, de acordo com testemunhos coletados, a idade das vítimas de violência sexual varia de quatro a 82 anos", disse ela. Ela acrescentou que "os casos relatados são apenas a ponta do iceberg". "É muito difícil ter estatísticas confiáveis durante um conflito ativo, e os números nunca refletirão a realidade, porque a violência sexual é um crime silencioso" que é amplamente subnotificado, disse ela.